Por Daniela Dal-Bó Noschang, psicóloga e consultora de escolas infantis e Solange Lompa Truda, psicóloga.
09-04-2012
Dos nove aos 12 anos, essa é uma das questões que mais atormentam as
crianças. É um período complicado de transição, no qual o corpo está se
transformando. Ele cresce de forma desigual, pelos surgem, acnes e espinhas
irrompem, emoções transbordam. No meio do caminho entre a infância e a
adolescência, o indivíduo vive uma crise de autoimagem. Olha no espelho e não se
reconhece. O medo típico desse período é o da rejeição social.
O temor é tal que se refletiu nesta reportagem: foi difícil encontrar alguém
que aceitasse aparecer como personagem. O fantasma do estigma é muito
grande.
- A própria criança está se estranhando. Às vezes se isola para não ser
vista. Ela pode manifestar essa situação como medo. Pode temer que o professor
pegue no pé ou que os colegas não queiram mais ser seus amigos - diz a psicóloga
Solange Lompa Truda.
Normalmente, o medo de rejeição está relacionado à baixa autoestima. Ele
começa a preocupar quando traz consequências físicas, emocionais e de
comportamento. A psicóloga Daniela Dal-Bó Noschang aponta sinais como dores (de
cabeça ou barriga), choro, irritabilidade, tristeza, retraimento ou
agressividade.
- Os sintomas são uma resposta à demanda que não é atendida - diz ela.
Nessa crise de identidade, a criança também tende a formar grupos fechados
dentro da escola. Cada um se une com os amigos em quem se projeta. E rechaça os
outros. Essa situação tem um subproduto problemático, o bullying.
- Como não estão conseguindo lidar com emoções de forma equilibrada, as
crianças começam a entrar em disputas e agressões - diz Solange.
Dicas para os pais
Como ajudar as crianças que estão assustadas com a rejeição social:
- Aceite que seu filho está em uma etapa complicada do desenvolvimento
- A família tem de estar próxima da criança e saber quem são seus amigos.
Deve estar atenta para situações em que um grande amigo deixa de sê-lo, o que
pode ser sinal de alguma coisa mais séria
- Não se deve menosprezar o medo de rejeição, nem supervalorizá-lo
- Em caso de dificuldades de relacionamento com outras crianças, não tente
resolver o problema pelo seu filho. Mostre para ele o que pode fazer e ofereça
ajuda
- Se a criança está com dificuldade para se integrar no grupo, favoreça
contatos e incentive convites
- Esteja atento ao que a criança fala. Se ela diz que tem medo de algum
colega e por quê. Pode ser uma situação mais complicada
- Quanto mais alterado seu filho estiver, mais séria tende a ser a situação.
Nem sempre se trata apenas de medo. Às vezes a rejeição é real. Nesse caso,
procure ajuda profissional.
Fontes: DC.
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